Este livro analisa as condicionantes da produção literária das mulheres, durante
as quase cinco décadas do regime autoritário português, de 1926 a 1974, e os
mecanismos de invisibilidade que caraterizaram, muitas vezes, a receção das
suas obras. Ao problematizarem o contexto sociopolítico da Ditadura Militar e do
Estado Novo, estes estudos procuram compreender as motivações que levaram
um grande número de autoras a escrever, as suas estratégias de publicação, a
marginalização de que foram alvo, sem esquecer o papel da crítica literária e a
questão do cânone.
A obra tem como objetivo estudar estas escritoras, quase sempre esquecidas pela
instituição literária, e integrá-las no património literário português, procurando,
assim, torná-las visíveis, ao destacar também o papel determinante que
desempenharam na sociedade do seu tempo. Neste sentido, contribui para a
elaboração da História das Mulheres, em Portugal.