A frase «Da minha língua vê-se o mar», da autoria de Vergílio Ferreira, constitui já um lugar-comum que pode provocar agrado, mas também pode gerar desconfiança. Na verdade, o português é uma língua tão marítima como telúrica, e dela também se veem as montanhas, as vastas planícies, a amazónica floresta, a savana; bem como as cidades, as aldeias, as favelas ou o musseque.


Como língua pluricontinental, o português já não é apenas um mero instrumento de comunicação quotidiana; é também um fator artístico, que tem propiciado a afirmação de literaturas, novas e menos novas, que vêm reclamando a revisão séria dos diversos cânones. Este volume reúne vinte estudos da autoria de investigadores de várias instituições. A variedade dos temas estudados, bem como as diferenciadas perspetivas hermenêuticas adotadas pelos ensaístas consubstanciam um importante testemunho acerca da vitalidade das literaturas em português.